quinta-feira, 30 de março de 2017

Cabeça e coração

Cabeça ou coração, quem te guia? Conhecemos pessoas mais racionais, que ponderam todas as possibilidades e analisam friamente suas decisões. Mas também existem as emocionais, que agem por impulso, confiam na intuição e seguem o coração. Raramente vamos encontrar aquelas que conseguem equilibrar razão e emoção.

Pode ser questão de personalidade ou de amadurecimento, mas também de momento. Sempre fui muito racional, mas, com uma intuição muito forte, que chegava a beirar premonição. E, nas poucas vezes em que me deixei guiar pelo coração, o resultado foi surpreendente.


Mas, chego agora a um ponto em que cabeça e coração estão em confronto. O racional quer me levar para um caminho e o emocional está doente pelo lado oposto. O que fazer, então? O corpo dá sinais evidentes e o cérebro, em constante processamento dos prós e contras, não chega a um veredito. O medo do que pode vir nos dois caminhos é estarrecedor e me paralisa. Como decidir? Ainda não sei, só sei que as horas passam e o calendário sinaliza que o prazo é curto...   

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Apenas viva!

“O homem primitivo viveu no Paleolítico, no Mesolítico e no Neolítico. O atual vive no Ansiolítico.”

Li essa frase passeando pela timeline do meu Facebook e parei para refletir. Realmente, as pessoas estão muito ansiosas com tudo atualmente. A pressão social causa isso, não por acaso a depressão já foi taxada como o mal do século. Estar nos padrões, na maioria das vezes, leva à frustração. E, quebrar paradigmas exige força e personalidade. No meio termo, o indivíduo acaba vivendo com aquela ansiedade constante de procurar seu lugar no mundo. Acaba seguindo o fluxo e se rendendo ao estado comum, vira e mexe com aquela pontada de insatisfação, aquele pensamento de que poderia ser muito mais, dar muito mais de si à vida.

Ora, a vida é simples. Então, porque tantos questionamentos? Fácil de responder: muitas pessoas não vivem aquilo que realmente gostaria. Existem as que gostariam de trabalhar com o que amam, mas se rendem a um emprego “estável”; as que sonham em viajar o mundo, mas fincam raízes e se habituam; as que queriam ter mais tempo para aproveitar a vida, mas são engolidas pela rotina. Enfim, você deve ter algum sonho ou projeto que ainda não realizou por conta de um obstáculo que pensa ser maior do que realmente é.

Dia desses, saindo de casa para o trabalho, me deparei com um senhor catando papelão pelas lixeiras do bairro. Ele fazia isso cantando ópera italiana, com uma voz espetacular. Fui andando bem devagar para apreciar por mais tempo e segui meu caminho pensando sobre a vida daquele homem, sobre o que o levou a catar papelão nas ruas. Lembrei-me do tempo em que trabalhei no crediário da Casas Bahia e tinha um cliente que também era catador de papelão e tinha uma ficha impecável, com aquisições caras e sem nenhum atraso.

Outro dia, ainda, meu namorado foi colocar algumas caixas de papelão na lixeira em frente ao prédio e engatou uma conversa com um homem que também catava papelão. Ele era de alguma ilha do Caribe, mas como gostava de conhecer vários lugares do mundo, se virava como podia. Meu namorado ficou impressionado com a lista de países que o tal homem disse já ter visitado. Ficamos debatendo sobre esse tipo de pessoa com espírito livre, que não se prende a convenções sociais.


Concluo que falta um pouco mais de coragem às pessoas para quebrar paradigmas sociais e viver seus sonhos. Nos iludimos com a segurança de uma casa própria e de um emprego convencional que nos consome a maior parte do dia para pagar as contas, ansiamos por um amor que nos dê segurança emocional, tentamos seguir as referências de “sucesso” para nos sentirmos bem sucedidos. Seguimos o padrão para sermos taxados de “normais”. Isso é garantia de felicidade? Cada um tem uma resposta particular para isso. Afinal, como já disse Caetano, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.      

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Sempre é tempo de recomeçar

Três anos depois resolvo escrever para postar no blog. Estava hoje lendo os textos já postados, refletindo sobre os momentos que me fizeram escrever cada texto e confesso que de alguns já nem lembro mais. Mas, a reflexão maior foi sobre o motivo de ter parado de escrever. Amo escrever. É a forma de colocar para fora todos os sentimentos e pensamentos que estão no meu interior. E, decidi que quero voltar a escrever, por isso o título, pois, sempre é tempo de recomeçar.

O último texto que postei falava da expectativa com os novos rumos da minha vida, sobre sair da zona de conforto para enfrentar o desconhecido. Os desafios foram superados, a adaptação foi ótima, a saudade foi bem administrada e tudo foi se encaixando perfeitamente. Talvez eu tenha parado de escrever para ter mais tempo de viver tudo o que estava acontecendo de novidade na minha vida, mas tudo o que vivi nessa transição dariam ótimas reflexões e, consequentemente, bons textos. Agora fico com a sensação de ter deixado passar muitos temas. Paciência. Vou seguir daqui em diante.

Falando sobre recomeços, um novo ano é sempre um ponto de partida. É preciso nutrir o hábito de sonhar, mentalizar, focar e ir em busca do que se quer. Você sabe o que quer? Planeja como pode realizar? Age para concretizar? Será que o que estamos fazendo hoje vai nos levar para onde queremos? Reflitamos.