O jogador afirma que não mudou sua opção sexual e que seu histórico amoroso pode provar isso, mas que foi criado num ambiente familiar que cultiva o “selinho” como forma de carinho entre as pessoas queridas. No texto postado junto à foto, Sheik diz que “tem que ser muito valente para celebrar a amizade sem medo do que os preconceituosos vão dizer”. O empresário Isaac Izar, que aparece na foto com Sheik, declarou que a foto foi feita para polemizar e testar o volume do preconceito.
Se a intenção era polemizar, eles conseguiram. Depois da foto publicada, cinco torcedores do Corinthians protestaram contra o beijo de Sheik na porta do CT do Parque Ecológico. Os corintianos lavaram faixas que diziam: “Aqui é lugar de homem”; “Viado não aceitamos”, “Viado é lá no Morumbi”. Os torcedores exigiam um pedido de desculpas do jogador e citaram a rivalidade com o São Paulo: “A gente não tira os bambis dizendo que eles são bichas? Aí vem falar que é normal? Para nós, não é normal. Não é homofobia nem nada, mas aqui não”, declarou um dos manifestantes.
Ora, se isso não é homofobia, então como chamar? A vida do jogador fora dos gramados nada tem a ver com os torcedores. O que deve importar, na realidade, é seu rendimento positivo dentro de campo, e isso Sheik tem de sobra. Apesar de desapontado com o comportamento dos torcedores e de ter afirmado que não tinha motivo algum para se desculpar, o pedido de desculpas foi feito. Sheik disse que não queria ofender ninguém e pediu desculpas aos que se sentiram ofendidos.
Talvez tenha sido desnecessária a publicação da foto feita por Sheik com exclusiva finalidade de polemizar. Mas, independente disso, as reações negativas são ainda mais desnecessárias. O Brasil é sim um país muito preconceituoso e machista. Ainda há muito caminho a percorrer para se libertar desses males, que são culturais. A diferença está no respeito ao próximo (que deveria ser cultural, mas não é). Afinal, entre achar graça ao ouvir uma piada gay e atacar uma pessoa por sua orientação sexual há muita diferença.