quinta-feira, 13 de junho de 2013

Onda de protestos


A onda de protesto dos últimos dias leva a uma reflexão: o povo acordou e está indo à luta? Comum pelo mundo a fora, os protestos sempre chamam a atenção pela coragem de um povo defender o que se acha justo. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, pessoas estão indo às ruas contra o aumento no valor dos transportes. Os policiais civis paulistas reivindicam reposição salarial, aposentadoria especial e reestruturação das carreiras policiais. Existe ameaça de greve.

Também os índios estão ocupando o canteiro de obras de Belo Monte e a sede da Funai, em Brasília. Cerca de 150 mundurukus saíram em marcha pelas ruas da capital do País em busca de serem recebidos pela presidente Dilma Rousseff. Eles querem a suspensão dos empreendimentos hidrelétricos na Amazônia.

Em São Paulo, o Movimento Passe Livre reuniu aproximadamente 5 mil pessoas esta semana e resultou em ônibus incendiados, agências bancárias e lojas depredadas e 20 pessoas detidas. Foram cinco horas em clima de guerra no confronto com a Polícia Militar.

O governador do Estado e o prefeito da capital paulista criticaram os atos de violência e defenderam os reajustes na tarifa de ônibus, trens e metrô por estarem abaixo da inflação. O vice-presidente da República, Michel Temer, fez coro às críticas e declarou: “A liberdade que a Constituição garante é a liberdade de expressão, não de agressão”.

Também no Rio houve tumulto e violência, mas novos protestos estão programados para os próximos dias. Em ambos os estados, manifestantes e policias se defendem e se acusam entre si para justificar os atos violentos. O saldo negativo da luta não é legal, claro, mas ir às ruas lutar pelo que se acha justo é um direito. É o povo gritando que existe e que merece respeito.

Os manifestantes não estão indo às ruas apenas contra 20 ou 30 centavos a mais nas passagens dos transportes, o protesto vai além: é a reivindicação pela melhoria dos serviços públicos, é o clamor para que os governantes respeitem o direito de ir e vir, é a exigência do seu lugar na sociedade. As pessoas estão cansadas de ser ignoradas pelo poder público, de somente acatar as decisões.

É chegado o momento do povo se conscientizar de que é ele quem detém o poder e de que não há arma mais poderosa do que o voto. E, o voto não pode sair barato, em troca de uma cesta básica ou de favores pessoais. O voto vale a dignidade de toda uma nação, e só através dele é que se pode mudar as coisas. Vamos continuar com os manifestos, claro, é um direito de todos, mas vamos mostrar nosso maior protesto nas urnas!