segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sem que tu sabias...

De costas, indiferente. É assim o novo retrato do antigo amor. Amor que surgiu sem raíz, plantou a semente e brotou o fruto. Fruto que cresceu e tomou conta do ser, fruto de sabor doce e sutil, que embreagou a alma. Agora parece tortura, sentimento novo, sensaçao nunca vivida, atração dolorosa. Será que vai embora, passa? Será que demora, que vale a pena?

O silêncio maltrata e devora a alma, o pensamento consome dias e noites. Ah, noites! Só as lágrimas enchem a noite e consolam, só a escuridão apaga o sentimento, que renasce ao primeiro piscar de olhos. Olhos esses que nunca deveriam ter cruzado os seus, olhos do engano, da convicção. Olhos esses que agora, com a dor da realidade, enxergam o que jamais gostaria de ver: enxergam o esquecimento, o amor para outro lugar, para outros olhos. Que espero que desviem dos seus...

É assim que acaba o sentimento? É “por isso” que vale a pena lutar, por amor? Pra sofrer? Pra quê alimentar esperança vazia? É melhor deixar o sofrimento invadir a alma e disfarçá-lo com uma alta e longa gargalhada, para que seus olhos enxerguem a dúvida, a confusão. Para que não te consumas com remorço ou culpa. Para que não te escondas, e para que mesmo assim, sem o cruzar dos olhos, os meus ainda te alcances, mesmo de longe, de relance, por um instante, somente para alimentar-me, mesmo sem que tu saibas...