sexta-feira, 9 de agosto de 2013

De quem é a culpa?

Um crime bárbaro e ainda sem conclusão investigativa vem mexendo com o País desde segunda-feira, dia 5. Segundo a Polícia, um menino de 13 anos teria matado pai, mãe, avó e tia, dirigido o carro da família até a escola, participado de todas as aulas, voltado para casa e se suicidado. Por mais que casos raros como esse já tenham acontecido em outros países e sabendo que existem sim muitos adolescentes criminosos à solta por aí, é duro aceitar que um menino caracterizado por familiares e professores como calmo, amoroso e tranquilo tenha sido capaz de tal atrocidade.

A Polícia diz que o caso não está concluído e segue com as investigações, mas desde o primeiro momento defende a tese de que o menino é o principal suspeito do crime. Um vídeo do garoto saindo do carro da família, que permaneceu estacionado próximo à escola até ser encontrado pela Polícia; o depoimento de um amigo de classe afirmando que o menino já teria manifestado vontade de matar os pais, fugir de casa e ser matador de aluguel; além de outros indícios foram o bastante para a Polícia definir a linha de investigação.

A família não acredita que pai e mãe, policiais da ROTA devidamente treinados, tenham se deixado dominar por um menino de 13 anos, que sofria de fibrose cística. Apesar de uma testemunha afirmar que o garoto sabia atirar a partir de aulas adquiridas com o próprio pai e que também sabia dirigir, também influenciado pelos pais, a perícia aponta que cada vítima foi morta com um tiro de pistola .40 certeiro na cabeça. Por mais que o menino soubesse atirar, seria tão frio a ponto de não desperdiçar nenhuma bala, mesmo com a tensão de matar toda a família?

O fato de não ter sido encontrado resíduo de pólvora na mão do menino é outro ponto questionável. Mas, a Polícia afirma que a característica da pistola .40 torna isso possível. Estranha-se, ainda, que um par de luvas tenha sido encontrado somente um dia depois no carro que teria sido dirigido pelo menino. Seria isso para justificar a falta de pólvora?

Outro ponto desencontrado na história foi o depoimento do chefe da policial morta. Primeiro, ele afirmou que a cabo Andréia havia ajudado em investigações que incriminariam colegas policiais. Tal declaração deixaria margem para crer que a morte da família pudesse ser retaliação. Mas, no dia seguinte, o coronel voltou atrás, se contradizendo. A corporação garante que não existem registros oficiais de investigação ou denúncias citadas pelo coronel.


O menino está morto, não tem como se defender e contestar a linha de investigação da Polícia. O delegado responsável pelo caso garante que não há o que esconder e que tudo está sendo feito com transparência para dar respostas à família das vítimas. Ainda há depoimentos para serem colhidos e perícias para serem realizadas. Enquanto isso, nos restam dúvidas e perplexidade.  

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