quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Ostentação e pobreza

Fake ou não, uma coisa que essa história de Rei do Camarote afirma é a necessidade de ostentação da sociedade. Quem tem dinheiro, mostra isso através das roupas de grifes, dos carros importados, das viagens internacionais, etc. Quem não tem tanta grana assim, ostenta o realizado sonho de consumo, que pode ser aquele Iphone de última geração, a viagem bacana do tão planejado feriado, o prato daquele restaurante chique que a conta é mais farta que o prato, até o “look” patricinha em frente ao espelho. E, quem não tem potencial para virar capa de revista, ostenta tudo isso nas redes sociais mesmo. Viva a internet para alimentar o mundo da fantasia!

Num país que ainda sofre com a pobreza extrema, o mercado de luxo está em ascensão. Em 2012 foi registrado faturamento de 6,45 bilhões de dólares nesse segmento, 8% a mais do que o ano anterior. Estima-se que o número de bilionários no Brasil, que era de 53 em 2012, suba para 130 até 2022. Se esse indicativo pressupõe que as demais classes sociais também se movimentem e que mais pessoas saiam da pobreza, ótimo! Mas, se isso quer dizer que a concentração de renda continuará restrita apenas a uma pequena parcela da sociedade, então ainda tem muita coisa errada.

Muita gente se indignou com o esbanjamento de dinheiro dos reis do camarote, que afirmam gastar milhares em apenas uma noite de badalação. Mais do que isso, a grande maioria ficou chocada com a naturalidade que os endinheirados anunciam o que parece tão surreal aos pobres mortais. Afinal, a quantia que gastam em uma noite seria a solução para os problemas de muitos brasileiros.

Mas, essa é a vida real e a aparição relâmpago dos reis do camarote não nos deixa esquecer que a desigualdade ainda é muito grande no Brasil. Não importa quem ganha quanto e muito menos quanto gasta. Desde que tenha sido com o suor de seu trabalho honesto, é mais do que justo que use o dinheiro da forma que se sente feliz. O que não é aceitável é saber que, no Brasil corrupto, muita gente esbanja um dinheiro sujo, muitas vezes roubado do pobre assalariado que não tem a felicidade de conseguir pagar todas as suas contas com o salário do mês. 


Não há dúvidas de que é necessário maior rigor de fiscalização, menos impunidade, igualdade de oportunidade a todos os cidadãos, nenhuma corrupção, mais responsabilidade, verdadeiro comprometimento dos governantes, real consciência do povo, etc. Quem realmente quer um País melhor, mais justo e menos desigual, deve realmente lutar e acreditar que é possível, não apenas indo às ruas para gritar e depredar, mas se conscientizando de que existem outros caminhos. Chega de mundo de fantasia, vamos encarar o mundo real! 

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