quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Somos todos hipócritas!

É claro que a liberdade de expressão é uma conquista que não deve ser revogada. Qualquer um é livre para agir e opinar da forma que acha coerente, mas vivemos em sociedade e devemos respeitar o próximo para garantir uma convivência pacífica. Na teoria é isso, mas na prática não é bem assim.

Depois do pontapé inicial (que não era somente 20 centavos!) que desencadeou numa série de manifestações populares por todo Brasil, as coisas parecem que saíram um pouco do controle. Os protestos estão cada vez mais acalorados, com depredação a patrimônios públicos e privados, incêndios, agressões, invasões, desrespeito a profissionais, etc. De junho para cá, já vimos o povo ir às ruas pelos mais variados motivos. Mas, onde queremos chegar?

É muito bacana ir às ruas com a cara pintada, cartazes com frases de efeito, se mostrar indignado com os problemas do País, repudiar a corrupção, mas e a parte que nos cabe? Será que aquela pessoa que pede um basta à violência dirige seu carro bêbado para voltar da balada, sujeito a cometer um crime no trânsito? O sujeito indignado com a corrupção na política se beneficia do “jeitinho brasileiro” para se livrar de uma multa de trânsito ou para furar uma fila qualquer, por exemplo?

Aquela pessoa que critica as regalias dos poderosos não estará em outro momento usando de contatos influentes para agilizar ou conseguir coisas de seu interesse? O indivíduo que se compadece do sofrimento animal, cobaias de testes científicos, deixará de curtir o churrasco com os amigos no fim de semana ou de usar produtos elaborados a partir do resultado dessas pesquisas?

Não vale se indignar com as comparações feitas aqui! Ou você acha que dependendo do “grau” de corrupção o erro pode ser aceitável e/ou justificável? Quem quer o basta da corrupção deve ser o primeiro a dar exemplo. Aquele que deseja o fim da violência não deve assumir postura agressiva. Os que gritam por respeito devem prezar pelo bem do próximo!


Cobrar é sempre mais fácil. Colocar toda a culpa nos governantes parece mais confortável. Criticar ideias e atitudes dos outros acaba ocultando nossos próprios erros. Mas, como disse o sábio, ter caráter é fazer o certo mesmo quando ninguém está olhando. É fazer o que é certo mesmo quando se sabe que ninguém descobrirá o que você fez. Quem vai dar o primeiro passo? 

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