quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Rasgando os rótulos

Imagine um produto sem rótulo. Não se sabe o sabor, a textura, os benefícios e o modo de preparo. Como desvendar esse produto? Basta experimentá-lo! A partir daí, sim, conhecendo, saberá se gosta ou não. E, mesmo que não aprove, não indica, necessariamente, que outra pessoa não possa gostar. A definição de rótulo é a seguinte: toda e qualquer informação referente a um produto que esteja transcrita em sua embalagem. É uma forma de dar alguma vida a uma embalagem.

É certo que os rótulos vieram facilitar a vida dos consumidores, mas deveriam ser limitados apenas a isso. Mas, é do ser humano rotular tudo ao seu redor, inclusive o próprio indivíduo. E, é aí que está o perigo. Como se pode rotular uma pessoa, sem nem ao menos conhecê-la? E, mesmo conhecendo, não cabe a ninguém a autoria do rótulo, a não ser à própria pessoa. Parece confuso, ainda mais quando se pensa no mundo contemporâneo, em que o rótulo é quase um cartão de visitas e funciona como marketing na área profissional. Mas, cabe a cada um se limitar, se assim o desejar.

Enfim, a reflexão surgiu a partir de um vídeo do site Youtube, chamado Etiquetas psiquiátricas de transtornos inventados. Vale a pena conferir. Nele, jovens rasgam os rótulos impostos pela sociedade, e acabam se definindo da maneira que querem se apresentar ao mundo. O vídeo é simples, mas passa uma mensagem forte, que se encaixa perfeitamente na atualidade.

O mundo é cruel quando se pensa na competição natural pela sobrevivência. Há quem vista o rótulo de competidor, e não há problema algum nisso, desde que a lealdade esteja entre os ingredientes desse produto. Na segunda-feira, dia 7, a TV Globo veiculou o filme A procura da felicidade, em que a personagem de Will Smith veste o rótulo de vencedor, e acredita na conquista de suas metas mesmo em meio a tantas adversidades. Uma cena específica se encaixa perfeitamente nessa reflexão sobre os rótulos impostos pela sociedade. Ele está numa quadra de basquete jogando com o filho, de apenas cinco anos, e convence o menino a não querer ser um atleta, porque ele até pode jogar bem, mas está na média. Quando a criança, frustrada, guarda a bola e desiste do jogo, o pai entra em ação e ensina o filho a não deixar que ninguém, nem mesmo ele, destrua os seus sonhos, por mais impossíveis que pareçam. E, nesse lema, o pai de família, que nem mesmo tem onde dormir, persiste na sua busca pela felicidade.

Parece fácil na teoria, mas o filme retrata uma história verídica. É um belo exemplo para quem costuma transformar pequenas adversidades em monstros destruidores de sonhos. Tente rasgar o rótulo que um dia te impuseram e você acabou carregando como se fosse seu. Tente enxergar a vida de maneira mais amena e seguir um passo de cada vez, logo você perceberá que está correndo, e que tem mais fôlego do que imaginava

2 comentários:

  1. Poder ser nós mesmo é um exercício ser praticado todos os dias! Belo texto!!!

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  2. Tu escreve mto bem né.. Adorei o contexto.. Vou rasgar alguns rótulos que me deixei ser imposto, realmente temos que olhar mais pra gente e cuidar menos da vida do outro.. #amutu

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